A União Europeia define Cidades Inteligentes como sistemas onde cidadãos interagem e usam energia, materiais, serviços e financiamento para impulsionar o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida, um conjunto de variáveis intimamente relacionado ao uso estratégico da infraestrutura e serviços, sem deixar de lado a conectividade, é claro.
A tecnologia utilizada no lazer, trabalho e apps para facilitar a vida do indivíduo pode beneficiar toda a sociedade quando adotada para a gestão pública, proporcionando sustentabilidade nos aspectos social, econômico e ambiental.
O Brasil já iniciou a jornada, digitalizando mais de 70% dos serviços prestados ao cidadão, porém, o trabalho para que sejamos de fato uma rede de cidades inteligentes ainda está longe de terminar. Medidas de segurança atreladas à tecnologia, sistemas de gestão pública que compartilhem informações com transparência, ações de inclusão digital e conscientização ambiental, além de serviços de saúde mais eficientes fazem parte da lista de “upgrades” necessários.
Investimentos em tecnologia podem levar a benefícios como a utilização de energia limpa, favorecer projetos urbanos sustentáveis e a implementação de soluções em mobilidade, campo cujo mercado global apresenta perspectivas de crescimento acima dos US$ 26 trilhões até 2030, com potencial para auxiliar diretamente na redução da emissão de poluentes, por exemplo.
Para avaliar o desempenho das cidades brasileiras consideradas mais inteligentes, o Ranking Connected Smart Cities 2021 mapeou 677 municípios, em uma análise de 75 indicadores e os eixos temáticos: Mobilidade, Urbanismo, Meio Ambiente, Tecnologia e Inovação, Empreendedorismo, Educação, Saúde, Segurança, Energia, Governança e Economia. Como as cinco cidades mais inteligentes e conectadas se destacaram respectivamente São Paulo, Florianópolis, Curitiba, Brasília e Vitória.
Ocupar uma posição de destaque entre as cidades engajadas na conversão em smart cities é um indício de potencial de desenvolvimento, afinal, além de mais justas e inclusivas no aspecto social, consistem em ambientes mais produtivos, conectados e favoráveis ao empreendedorismo e inovação, que tendem a se traduzir em maior eficiência para o desenvolvimento de negócios e da economia como um todo.
Assim como políticas públicas favoráveis ao processo de transformação em smart cities podem tornar um país referência global, cidades também podem criar iniciativas e colher os frutos do tempo e recursos empregados. Desenvolvimento, gestão otimizada e valores reforçados na essência do conceito de cidades inteligentes promoverão um ambiente melhor para o cidadão, e podem inclusive agregar valor ainda maior ao turismo, por exemplo.
Mesmo cidades pequenas podem cumprir muito bem os requisitos para se tornar smart cities, e a cidade canadense de St. Albert é um exemplo. Com apenas 53 mil habitantes, conseguiu se destacar em meio a grandes metrópoles como Londres, Paris e Viena. Em 2016, St. Albert publicou o Smart City Master Plan, cujos objetivos eram melhorias na prestação de serviços ao cidadão, desenvolvimento econômico e eficiência organizacional.
Os gestores da cidade de St. Albert compartilham em seu site institucional tópicos relacionados ao que uma cidade inteligente pode oferecer, confira:
- Produzir grandes quantidades de dados que podem orientar decisões locais e dar suporte a empreendedores na exploração de oportunidades de negócios.
- Atrair novos investimentos corporativos através de redes de Internet de alta velocidade, novos conjuntos de dados, serviços especializados e eficiência em serviços ao cidadão.
- Aumentar a eficiência da gestão de infraestrutura através da automação e monitoramento em tempo real.
- Promover testes de novas tecnologias como um laboratório comunitário vivo, capaz de beneficiar cidadãos e negócios.
- Gerar alertas digitais para as autoridades quando reservatórios de lixo atingem o limite, garantindo que nenhum tempo ou recurso seja desperdiçado em coletas no momento ou forma errados.
- Responder ou até mesmo antecipar o congestionamento de trânsito, garantindo que pessoas e mercadorias se desloquem de forma eficiente.
- Mostrar aos motoristas vagas de estacionamento disponíveis em tempo real, antes de chegar ao destino.
- Permitir que cidadãos e empresas verifiquem seu consumo de água a qualquer momento e recebam alertas em tempo real de possíveis vazamentos.
- Garantir que luzes nas ruas diminuam automaticamente na ausência de pedestres ou veículos próximos.
Os gestores ressaltam, ainda, que o potencial para aplicações em tempo real, comercialização de dados, economia de custos, benefícios ambientais locais e melhorias no estilo de vida são incríveis.
Prefeituras e órgãos públicos podem contar com a Dstec para implementar soluções capazes de ampliar a eficiência da gestão pública, pavimentando o caminho para viabilizar uma conexão com o universo das cidades inteligentes.