Assim como a gestão de um negócio tempo o poder de impactar as vidas de acionistas e stakeholders, apresentando uma demanda intensa por tecnologia na forma de ferramentas capazes de apoiar a tomada de decisão e aumentar a eficiência, governos e órgãos públicos são igualmente dependentes de soluções tecnológicas para oferecer resultados a um volume de beneficiários que tende a ser ainda maior.
Quando realizamos uma comparação direta entre o ‘universo consumidor’ de empresas versus órgãos públicos, é fácil perceber que um produto ou serviço bem-sucedido pode ter um grande alcance, mas, todo o universo consumidor e não consumidor é constituído essencialmente por cidadãos. A gestão pública tem o desafio de lidar com os interesses de cada cidadão, ao mesmo tempo em que cuida e regula o mercado onde estão as empresas.
Diante deste cenário desafiador, fica claro que evitar a digitalização, seja por escolha ou omissão, tende a limitar de forma severa o desempenho de governos adeptos de processos manuais e arcaicos. Há um volume gigantesco de clientes sob a forma de contribuintes, em grande parte adaptados às novas tecnologias e, consequentemente, ansiosos por experiências ágeis e fluidas em qualquer serviço utilizado.
Pode-se dizer que até 2019 parecia haver todo o tempo do mundo para que empresas, prefeituras e repartições começassem seus processos de digitalização, porém uma pandemia atravessou o caminho dos gestores forçando uma mudança drástica de atitude. Hoje, o governo celebra a ampliação do número de serviços oferecidos de forma digital, resultando em benefícios valiosos como maior comodidade para o cidadão, agilidade e eficiência para processos que se tornam mais econômicos, inclusive.
Cidadãos mais jovens, nascidos a partir do início do século XXI já não têm a visão das repartições públicas e processos burocráticos e engessados do que podemos chamar de ‘antigamente’. Um exemplo de como a tecnologia impactou o status quo é a abertura de empresas, processo que antes dependia de uma série de compromissos presenciais, como o reconhecimento de firma em cartório, e hoje pode ser resolvido de dentro do escritório, utilizando assinaturas e serviços digitais.
Através da implementação de soluções informatizadas, é possível atuar de forma transparente e ampliar a confiança do cidadão no trabalho dos gestores, favorecendo para a arrecadação de impostos e tributos. Quando o gestor público promove a transparência, combate diretamente o senso de ‘falta de sentido’ no pagamento das obrigações do cidadão, fortalecendo a relação entre governo e contribuinte.
Além da gestão de impostos e tributos, a gestão de recursos e suprimentos dos Estados e municípios tem muito a ganhar. A digitalização favorece a distribuição precisa em tempo e quantidade, minimizando as possibilidades de falta de materiais em hospitais, postos de saúde, escolas e repartições, por exemplo, permitindo a otimização de estoques e a redução de desperdícios, resultando no uso inteligente do dinheiro do contribuinte.
No sentido amplo da administração pública, sistemas fornecem inteligência para o planejamento, organização, direção e controle, auxiliando até mesmo na definição de programas de governo e soluções para problemas e demandas do cidadão, contando sempre com a valiosa orientação por dados. A presença digital do contribuinte aliada ao uso de sistemas inteligentes nos traz a um momento em que governos podem, de fato, conhecer e compreender o cidadão, seus anseios e frustrações, um passo muito importante para a mudança na direção certa.
Uma relação positiva entre governo e contribuinte é fundamental para a manutenção do equilíbrio e construção de uma sociedade mais justa, onde recursos são aplicados de forma correta e transparente, retornando sob a forma de serviços eficientes e melhorias para a qualidade de vida do coletivo. O tempo para a aplicação da tecnologia em prol de uma gestão pública mais eficiente é agora.