Quando falamos sobre sistemas legados, estamos fazendo uma referência àqueles que estão em operação há muito tempo. Geralmente resultam em vulnerabilidades, restrições devido ao uso de linguagens ou recursos de hardware já obsoletos, e altos custos de manutenção, por exemplo.
Mesmo partindo de uma noção muito resumida dos sistemas legados, é possível imaginar o impacto da sua utilização em instituições governamentais. São órgãos que precisam armazenar enormes volumes de dados sobre cidadãos, processos e registros de valor inestimável para cidades, estados ou até mesmo países.
Vivemos um período em que a digitalização acelerada, provocada pela pandemia levou empresas ao consenso de que usar a tecnologia é fundamental para amenizar o impacto de crises globais. Como sociedade, fomos forçados a repensar o status quo.
Aprendemos que há diversas situações em que o valor dos resultados objetivos dos esforços supera a presença física, o que mudou drasticamente a maneira de lidar com o trabalho.
Assim como empresas, órgãos e instituições governamentais vêm experimentando limitações e riscos impostos por infraestruturas e sistemas herdados. Em muitos casos, os sistemas foram implementados há décadas para atender demandas que já não fazem mais sentido.
A evolução global torna a modernização inevitável para governos, uma vez que o cidadão vive uma transformação em suas formas de consumir, estudar e trabalhar, quando comparado há duas décadas.
Banda larga e cloud computing se popularizaram de forma que até fotografias em smartphones são sincronizadas a servidores de alta tecnologia, com segurança e preços populares. Assinaturas digitais, obtidas através das entidades certificadoras, também facilitam a vida do cidadão que já pode firmar acordos de maneira digital sem sair de casa.
Como as mudanças ocorreram de forma progressiva, não é novidade para os CIOs do governo que a modernização de sistemas legados é necessária. Como reflexo da digitalização acelerada, entre outras razões, os líderes estão mais conscientes da necessidade e dos riscos atrelados a manter estruturas e métodos obsoletos.
De acordo com previsão do Gartner, até 2025, mais da metade das agências governamentais terão modernizado seus aplicativos legados essenciais, para melhorar no âmbito da resiliência e agilidade.
A modernização impacta positivamente a segurança, disponibilidade da informação e a qualidade dos serviços prestados ao cidadão. A otimização dos custos de infraestrutura e geração de ferramentas para uma gestão pública transparente também são valiosos benefícios da modernização, auxiliando no combate à corrupção, inclusive.