Os governos podem usar o metaverso para diminuir a distância com os cidadãos.
Apesar dessa realidade virtual ser incipiente, podemos prever como será a experiência do usuário no futuro, e quão vantajosa será uma interação ainda mais intensa com o mundo digital, sem deslocamento físico.
Com a criação de cidades inteligentes, imaginamos ter atendimentos mais fáceis e agilidade em processos complexos, porém, o metaverso também pode nos proporcionar muito mais experiências positivas quando explorado para a cultura e o entretenimento, por exemplo.
Conceito do Metaverso
Como acontece em nosso mundo físico, vivemos em constante evolução, um processo que dá origem a novas tecnologias, como uma forma de evolução paralela. O mundo virtual, apesar de suas particularidades, possui um processo evolutivo semelhante ao físico.
Um dos pontos que difere o crescimento do universo real para o metaverso, é o fato de que desenvolvemos o mundo virtual aplicando nossas experiências prévias e o conhecimento avançado que possuímos, ou seja, não partimos do zero em termos de conhecimento.
Como um novo território, o metaverso não nasce pronto, é preciso povoá-lo e criar toda a estrutura e os elementos para utilizá-los, como se construíssemos uma cidade física para viver e compartilhar as atividades do dia a dia.
O metaverso é como uma expansão do ciberespaço, termo introduzido em 1984 pelo escritor estadunidense William Gibson, em seu livro de ficção científica Neuromancer. A história se baseia em mundos virtuais, aos quais hoje temos acesso.
O termo metaverso apareceu pela primeira vez em 1992, também através da literatura, no livro Snow Crash (também lançado no Brasil como Nevasca), do romancista norte americano Neal Stephenson.
Metaverso na atual gestão pública
Apesar de não ser acessível a todos e ainda ser algo inimaginável para muitos, o metaverso é real. A utilização das criptomoedas é um exemplo de como estamos vivendo, de fato, uma era virtual.
Mesmo tendo resistência de alguns governos, a implantação e regulamentação do dinheiro virtual se tornou uma opção viável, que pode ser utilizada por todas as nações que assim desejarem.
Aqui no Brasil, por exemplo, já existem discussões para a implementação de criptomoedas próprias, que dariam ao contribuinte a possibilidade de usufruir de abatimentos ao utilizar o dinheiro virtual no pagamento de impostos.
Em Barbados, localizado na região caribenha, a criação de uma embaixada virtual está em fase de implantação, após uma parceria com o Decentraland, um mundo virtual autônomo. O terreno no metaverso, inclusive, possui soberania, assim como no mundo físico.
Já Seul, capital da Coréia do Sul, possui planos de até 2023 ter um completo ambiente virtual para seus quase 10 milhões de habitantes. A ideia é levar para o metaverso todo o atendimento cível e jurídico para os cidadãos, que serão digitalizados como avatares.
A comunidade autônoma da Catalunha divulgou seu projeto de metaverso, que prevê, além dos serviços ao cidadão, inclusão de atividades culturais, como exposições de arte e festivais musicais.
Esses são apenas alguns exemplos. Em todos os cantos do mundo, há mobilizações de governos e comunidades para a implantação de seus metaversos, os quais substituirão aos poucos muitas atividades do mundo físico, confirmam especialistas.
Metaverso no passado
Quando falamos em mundos virtuais, a maioria das pessoas imagina a implantação no futuro, muitas vezes distante. Mas não é bem assim, pois o metaverso já existe e se faz presente na vida de boa parte da população.
Os governos tendem a inserir o metaverso em suas estratégias de gestão pública, mas a evolução da realidade virtual provém, principalmente, dos games. Desde a popularização da internet no mundo, experiências são realizadas e implantadas.
A empresa americana Linden Lab trabalhou 3 anos para desenvolver o Second Life, um jogo onde as pessoas interagem em uma realidade virtual. O mundo em 3D ganhou popularidade ao longo dos anos e chegou a ter mais de 20 milhões de usuários em 2010.
Através da quantidade de usuários e a evolução natural, muitas plataformas de jogos, se tornaram metaversos, apesar de não possuírem tal objetivo.
Os jogos Robox, lançado em 2006 e Fortnite, de 2017, são exemplos de realidades virtuais que implantaram muitos elementos da vida real em seus ambientes, de forma natural.
Metaverso no futuro da gestão pública
Mark Zuckerberg, criador do Facebook, anunciou no final de 2021, a criação da empresa Meta, a qual gere atualmente todos os produtos e serviços da rede, além da implantação de uma criptomoeda própria.
O empresário investiu 50 milhões de dólares na implantação e evolução do metaverso, prometendo tornar realidade para todos. Apesar de ser uma iniciativa privada, reflete diretamente nos governos e gestão pública, pois traz facilidade para viabilizar o mundo virtual.
A tendência é termos uma rápida evolução no metaverso, com expansão e alcance em nível mundial e a inovação dos serviços públicos é vista como uma das principais características.
O metaverso é uma forma nova de interagirmos, de vivermos. A ideia é de os governos levarem à população novas formas de diversão e interação, diminuindo barreiras sociais e diferenças.
Sem distâncias, todos podem ter acesso a tudo, sem restrições. O futuro chegou, trazendo facilidades, conhecimento, cultura e entretenimento, tudo através do metaverso.